
Estou contaminado.
Quebrei os azuleiros brancos da cozinha,
Descartei o pinho sol e
Saquei da tomada a tela e a geladeira.
Meu lugar é no fogo e ao vento
Estou contaminado.
Contaminado de ruas e praças públicas
De avenidas de afetos que me atravessam e me esculpem.
De cidadelas edificadas e suas luzes acesas no morro.
De apicuns, siris e caranguejos
E moquequas com farinha d´gua.
Estou vacinado.
Vacinado contra o medo
Medo de não ter um destino certo ou
De misturar-me a massa, a gente.
Medo de perder o controle de
Diluir-me no todo
De ser esquecida sem autoria.
Contamino cada canto
Que passo.
Ao passo que me despeço,
Meu rastro é laço.
Invisivelmente amarelo
Estou contagiante
Contaminante
Contaminado.
Um comentário:
lindo...
muitas saudades, foi bom receber noticias suas...
João Pede Feijão
Postar um comentário