sábado, 30 de agosto de 2008

Vírus_ à Caravana de Saúde Educação e Cultura











Estou contaminado.
Quebrei os azuleiros brancos da cozinha,
Descartei o pinho sol e
Saquei da tomada a tela e a geladeira.

Meu lugar é no fogo e ao vento

Estou contaminado.
Contaminado de ruas e praças públicas
De avenidas de afetos que me atravessam e me esculpem.
De cidadelas edificadas e suas luzes acesas no morro.
De apicuns, siris e caranguejos
E moquequas com farinha d´gua.

Estou vacinado.
Vacinado contra o medo
Medo de não ter um destino certo ou
De misturar-me a massa, a gente.
Medo de perder o controle de
Diluir-me no todo
De ser esquecida sem autoria.

Contamino cada canto
Que passo.
Ao passo que me despeço,
Meu rastro é laço.

Invisivelmente amarelo
Estou contagiante
Contaminante
Contaminado.

Um comentário:

João Pede Feijão disse...

lindo...
muitas saudades, foi bom receber noticias suas...

João Pede Feijão